Devido à enorme presença destas siglas na mídia em geral, parece-me oportuno resumir as ideias e o momento de sua introdução na história empresarial, nem sempre muito bem compreendidas.
O espírito destes artigos é o de, academicamente, explicitar o momento histórico de aparecimento e ao mesmo tempo elucidando as diferenças e complementariedade das três ideias.
Economia Linear
A Economia Linear, também conhecida como Cultura do Consumo, aquela em que o produto é “fabricado, consumido e descartado”, é praticada desde a 1ª revolução industrial, ou seja, quando se inicia o uso de vapor e a mecanização da indústria, nas últimas décadas do século XVIII. Suas práticas vem se mantendo e atualizando ao longo da história empresarial, na 2ª revolução industrial, com o advento da eletricidade ao final do século XIX e na 3ª revolução industrial, com o uso da informática, telecomunicações etc.. As suas ideias permanecem nos séculos XX e XXI até os dias de hoje.
Seus métodos e processos foram se transformando ao longo do tempo com a introdução de tecnologias e melhorias constantes em todas as atividades, na busca incansável de produtividade, aperfeiçoamentos nos equipamentos produtivos em geral, adaptando-se à crescente necessidade de aumentos de produção e redução de custos industriais.
Estas evoluções e transformações ao longo da história foram nitidamente lideradas pelas necessidades industriais, mas a partir das últimas décadas do século XX observa-se a liderança do mercado, devido ao aumento da concorrência global e na busca de atingir a todos micro segmentos de mercado, seja pela distinção de idade, de etnia, de hábitos alimentares, entre outros aspectos, que geram a atual profusão de modelos e tipos, condição básica para a empresa se manter em mercados extremamente competitivos.
Para facilitar a exposição, o esquema a seguir resume a linha do tempo da introdução destas ideias, onde se destaca a enorme diferença de tempo entre os primórdios da denominada Economia Linear e as demais ideias que só aparecem dois séculos depois.
Decorre desse enorme tempo o enraizamento dos métodos e sistemas adotados pela Economia Linear, assim como as dificuldades de mudanças que se tem exigido atualmente. Esforços e investimentos em todos os setores com a ótica linear foram se consolidando ao longo desse tempo. A necessidade de lançar novos produtos e modelos constantemente, e suas variedades, torna a vida destes produtos cada vez mais curta, seja sob o aspecto mercadológico ou de vida útil.
As evoluções tecnológicas por conta da II Guerra, aplicadas nas indústrias, gerando materiais, em particular os plásticos, e sistemas produtivos de alta eficiência, propiciam aumento exponencial das quantidades de produtos indo para o mercado e consequentemente aumentando as quantidades de produtos e materiais descartados na natureza.
Estas quantidades de produtos, variedade e baixo ciclo de vida, produzidos em todas as cadeias industriais globais a partir das últimas décadas do século XX provocam aumento exponencial também de descartados, sem o devido reaproveitamento, tornando-os mais “visíveis” pelas quantidades, gerando desconforto social e levando os governos a editarem leis ambientais.
Os artigos seguintes tratam das demais ideias e das complementaridades entre elas.
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