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LOGÍSTICA REVERSA DE PÓS-CONSUMO E A ECONOMIA CIRCULAR (1ª parte)

O consumo, em todas as partes do mundo, tem crescido a uma taxa 3 (três) vezes maior do que a taxa de crescimento da população.


A discutida globalização, acentuada a partir dos anos 80, contribuiu para o aumento exponencial das quantidades de produtos fabricados e distribuídos em todos os micros segmentos de mercados em todas as partes do mundo. Contribuiu, da mesma forma, para um ambiente empresarial de alta concorrência mundial, que busca incansavelmente por inovações e diversificação dos produtos, gerando produtos com ciclo de vida mercadológica e útil cada vez menores.

Como consequência tem-se uma profusão de diferentes produtos e materiais sendo descartados pela sociedade e, caso não sejam adequadamente reaproveitados, constituirão “Resíduos Sólidos”, de diferentes espécies, erroneamente denominados “Lixos”, que em contato com o meio ambiente originarão poluição contaminante ou poluição por excesso.


“Sete bilhões de seres humanos produzem anualmente 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) — uma média de 1,2 kg por dia per capita. Quase a metade desse total é ­gerada por menos de 30 países, os mais desenvolvidos do mundo. Se o número parece assustador, cenário ainda mais ­sombrio é traçado por estudos da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial: daqui a dez anos, serão 2,2 bilhões de toneladas anuais. Na metade deste século, se o ritmo atual for mantido, teremos 9 bilhões de habitantes e 4 bilhões de toneladas de lixo urbano por ano.” (Revista Discussão – Senado Federal do Brasil- edição 22)


A Logística Reversa de pós-consumo é a atividade que equaciona o fluxo de retorno de parte destes resíduos descartados, garantindo as operações de reaproveitamento. No entanto são diversas as dificuldades para o equacionamento destes fluxos de forma organizada e em quantidades adequadas:


· A sociedade acostumou-se, ao longo dos últimos séculos com um sistema de consumo em que o bem, durável ou descartável, é adquirido, usado e em seguida descartado em um esquema linear (compre - use – descarte);

· Os grandes progressos industriais e mercadológicos, garantindo continuados aumentos de produtividade foram baseados, até então, nas ideias de um esquema linear;

· A responsabilidade pelo equacionamento da Logística Reversa do retorno de produtos usados, nem sempre é muito bem “entendida” pelos agentes das cadeias de suprimentos, parecendo “difusa” a responsabilidade de cada um. No Brasil a Lei Política Nacional de Resíduos Sólidos, promulgada no ano de 2010, é explícita quanto ao compartilhamento dessa responsabilidade;

· As matérias-primas reaproveitadas ou os produtos remanufaturados concorrem no mercado, direta ou indiretamente, com os produtos ou matérias primas originais, evidenciando conflitos de interesses de intensidade variada;

· Os custos das operações de reaproveitamento e a complexidade da Logística Reversa são relevantes;

· Existem restrições técnicas e um certo preconceito industrial quanto ao uso de materiais reciclados e produtos remanufaturados. Da mesma forma o cidadão apresenta dúvidas para o uso e a compra de produtos com conteúdo de reciclados, na maior parte das vezes por falta de informação correta;

· Entre outros aspectos.



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